Fábio Lopes, do Deic, e Murilo Roque, de São Bernardo foram delatados por Vinicius Gritzbach
Dois delegados foram afastados do trabalho pelo governo de São Paulo por terem seus nomes citados na delação premiada que Vinicius Gritzbach deu ao Ministério Público (MP) sobre o envolvimento de policiais civis corruptos com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os delegados afastados são Fabio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com sede na capital, e Murilo Fonseca Roque, de uma delegacia de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Além deles, um deputado que também é delegado foi mencionado pelo empresário na denúncia que ele fez sobre corrupção policial antes de ser assassinado no mês passado.
Gritzbach era empresário de fachada no ramo imobiliário, mas lavava dinheiro para policiais e membros da facção criminosa. Ele também era investigado pelas autoridades por corrupção.
Além dos dois policiais civis, o deputado estadual Antônio Olim (PP), foi citado na delação de Gritzbach. Olim é delegado, mas já estava afastado da Polícia Civil por causa do cargo político que exerce.
A força-tarefa criada pelo governo investiga se os três delegados cometeram alguma ilegalidade. Eles responderão em liberdade.
Fabio e Olim negaram ter cometido qualquer irregularidade nas funções de delegados. Murilo não foi encontrado para comentar o assunto.
“Dessa forma, ou o empresário faltou com a verdade para obter vantagens em seu acordo de delação premiada, ou foi enganado pelo mencionado advogado”, informou Fabio por telefone. De acordo com o policial, Gritzbach foi investigado pelo Deic e indiciado por lavagem de dinheiro.
“Recebo, com veemente indignação, notícias acerca do meu nome e de outras honradas autoridades com fatos nebulosos, imprecisos e improvados, os quais não guardam qualquer relação com a realidade. Não conheço, nunca estive ou recebi pessoalmente, o senhor Vinicius Gritzbach. Não mantive qualquer contato próximo ou mediato com essa pessoa. Nunca intermediei ou atuei pela gestão de procedimentos judiciais ou extrajudiciais a respeito dele, quem só soube existir quando do seu homicídio, publicamente divulgado, no aeroporto de Guarulhos”, informa trecho da nota divulgada à imprensa por Olim.
“Repudio e expresso a minha cabal indignação ao uso de meu nome de forma vil, gratuita e indevida. Não recebi nenhuma notificação oficial a respeito desses fatos, e sigo absolutamente sereno com relação a esse episódio, sobre o qual haverei de me posicionar, cobrando das autoridades os esclarecimentos e demandando as responsabilidades devidas, no momento e nas vias apropriadas para fazê-lo”, afirmou o deputado.