Nomeação de Bruno Barral para o cargo em Belo Horizonte foi em abril de 2024
A nova fase da Operação Overclean, deflagrada nesta quinta-feira (3) pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União, passou a mirar diretamente apadrinhados do União Brasil.
A Polícia Federal faz novas buscas nesta quinta-feira na casa de José Marcos Moura, empresário do setor de limpeza urbana conhecido na Bahia como “Rei do Lixo”.
Esta é a segunda vez que Moura é alvo de buscas ligadas à Overclean. Também pela segunda vez, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva do empresário.
A Procuradoria-Geral da República foi contra, e o relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques, negou a prisão.
Sob investigação desde 2023, no âmbito da Operação Overclean, a organização, segundo a PF, operava com precisão cirúrgica, utilizando emendas parlamentares e convênios para canalizar verbas públicas em benefício próprio.
As fraudes, desvendadas durante a Operação Overclean, envolvem contratos firmados principalmente com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) da Bahia, que concentraram R$ 825 milhões dos desvios apenas em 2024. A investigação já aponta desdobramentos que podem atingir políticos influentes em Brasília.
O servidor público afastado por determinação do Supremo Tribunal Federal é Bruno Oitaven Barral, atual secretário de Educação de Belo Horizonte, nomeado no cargo com o aval do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, um dos principais nomes do partido, e do operador político Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”.

Outro empresário citado anteriormente nas investigações, Alex Parente, também é alvo de buscas nesta quinta.
Há suspeita de que ele tenha destruído provas e manipulado informações para prejudicar as investigações.
A nomeação de Bruno Barral para o cargo em Belo Horizonte foi publicada no Diário Oficial do Município em 16 de abril de 2024, como parte de uma reacomodação política articulada entre lideranças locais e o União Brasil.
Barral já havia comandado a mesma pasta em Salvador durante a gestão de ACM Neto e chegou a BH com respaldo político do grupo. Até então, sua nomeação era vista como estratégica para ampliar a influência do partido na capital mineira.
A Prefeitura de Belo Horizonte ainda não se manifestou oficialmente sobre o afastamento de Bruno Barral.

