Ministério de Lula defende emendas milionárias para ong fantasmagórica que ensina jogos violentos para jovens

Parlamentares do Distrito Federal enviaram R$ 37,9 milhões, em 2024, para a ONG

Por Victório Dell Pyrro

O Brasil é uma farra. Depois de denúncias e séries de reportagens sobre a fragilidade das justificativas para o envio de fortunas para uma ONG para lá de assustadora, o Ministério do Esporte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a liberação de recursos para a Associação Moriá, que recebeu emendas de R$ 53,3 milhões de parlamentares do Distrito Federal.

Foi a pasta comandada por André Fufuca que deu o sinal verde, com base em informações falsas, para a entidade receber emendas que chegam a R$ 59,5 milhões.

Parlamentares do Distrito Federal enviaram uma emenda de R$ 37,9 milhões, no apagar das luzes de 2024, para a ONG ensinar alunos da rede pública do DF a jogar games como “Free Fire” e “LoL”. O Free Fire, ou Tiro Livre é um joguinho que, com aparência infantilizadora, dissemina a ideia de ataque mortal e quem vence é o último sobrevivente de uma série de assassinatos entre todos os participantes.

É isso que Lula e Fufuca defendem enfiando o dinheiro milionário dos parlamentares “esportistas” do DF em aulas para jovens em formação de caráter. Esporte? Faz-me rir. Ou melhor, chorar.

Em alguns casos trágicos de violência escolar no Brasil e no mundo, autores de ataques citaram ou jogavam jogos como Free Fire, LoL, Call of Duty e GTA, entre outros.

A verdade também passa ao largo dessa aberração “educacional” com dinheiro público. Há informações falsas no atestado de capacidade técnica e no projeto técnico-pedagógico apresentados pela associação e aceitos pelo Ministério do Esporte de Lula.

Até a secretaria de Educação do DF desmentiu a nobre ONG que afirmava ter parceria com o GDF.

No dia 30 de dezembro de 2024, o Ministério do Esporte assinou o Termo de Fomento nº 727/2024 com a Associação Moriá para a execução dessa emenda “maravilhosa”. Maravilhosa porque para dar essas aulas só pode estar sobrando dinheiro. São R$ 54 milhões para o esgoto ou quem sabe para o bolso de alguém. É preciso que a Polícia Federal investigue centavo a centavo.

Veja quem foram os ilustres parlamentares que enviaram emenda para o projeto gamer no DF, entre 2023 e 2024:

  • deputado federal Fred Linhares (Republicanos): R$ 27,6 milhões;
  • senador Izalci Lucas (PL): R$ 15,5 milhões;
  • deputada federal Bia Kicis (PL): R$ 1,5 milhão;
  • deputado federal Julio Cesar (Republicanos): R$ 800 mil;
  • deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania): R$ 500 mil.

A “super” Associação Moriá, que foi a destinatária de um total de R$ 74 milhões em emendas parlamentares entre 2023 e 2024, tem como diretor administrativo e financeiro José Vitor da Fonseca de Deus, um motorista que reside no Cruzeiro Velho (DF). Deve ser um excelente nome para cuidar dessa verba toda e de tantos jovens brincando de matar adversários na bala pelo computador.

A diretora operacional da entidade é Thais Pinheiro Freitas, uma esteticista que mora em Posse (GO), claro, assim ela pode dar dicas de beleza aos cadávers que pipocam na telinha do computador a cada tiro disparado pela molecada.

JÁ a secretária é Danielle Bezerra da Silva, uma técnica em enfermagem de Águas Lindas (GO). Será que ela gosta de ver a criançada sendo treinada para jogos tão “educativos e saudáveis” como esses?

E não para por aí. Questionado sobre a falsa parceria com a Secretaria de Educação do DF informada pela Associação Moriá para desenvolver o projeto gamer, o Ministério do Esporte tocado pelo “atleta” Fufuca” alegou que o projeto ainda será estruturado, após a liberação da primeira parcela dos R$ 37,9 milhões.

Lula e Fufuca estão insistindo nessa lambança, mesmo após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinar a intimação da Advocacia-Geral da União (AGU) e das advocacias-gerais da Câmara e do Senado para explicarem o repasse de emendas parlamentares milionárias à Associação Moriá. E pior, empurram a culpa para a ONG, mantendo a intenção de pagamento. Segundo o Ministério de Lula tocado por Fufuca, a responsabilidade pela veracidade das informações apresentada pela ONG é da própria entidade.

“Reforçamos a informação de que ainda não houve repasse financeiro para o caso em concreto. E que, conforme interesse da entidade, há a possibilidade de alterações quanto ao local de execução do objeto”, declarou a pasta federal, acredite você ou não.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *