João Muniz Leite, que foi contador de empresas do filho de Lula e do própriopresidente, é acusado de ser comparsa no esquema envolvendo postos em SP
Um dos alvos da Operação Spare, deflagrada hoje, quinta-feira (25) pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) contra um esquema de de lavagem de dinheiro envolvendo postos de combustíveis ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), o contador João Muniz Leite já cuidou da contabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , das empresas de Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho de Lula, e de seu advogado.
João Muniz Leite prestou serviços de contabilidade para Lula e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha), sendo considerado contador de confiança da família por mais de uma década. Ele foi responsável pelas declarações de Imposto de Renda de Lula entre 2013 e 2016 e também trabalhou para empresas do filho do presidente.
Além disso, Muniz prestou serviços por muitos anos ao advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula. Ele chegou a ser ouvido como testemunha na Operação Lava Jato, no processo relacionado ao triplex do Guarujá.
Leite sofreu busca e apreensão em sua casa e em seu escritório, que fica no mesmo prédio onde atuavam empresas de Lulinha, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. O filho do presidente teria rompido com o contador, só depois que explodiu o escândalo em que ele foi alvo da Operação Fim da Linha, que investiga a infiltração do PCC nas empresas de ônibus que operam na capital.
Segundo o MPSP, Leite é investigado por fazer as declarações de imposto de renda de Flávio Silvério Siqueira, o Flavinho, apontado como principal responsável por coordenar uma rede de “laranjas”, envolvendo postos de combustíveis, casas de jogos de azar, mercado imobiliário e motéis.
Análises da Receita Federal indicam que o contador era comparsa de Flávinho. Ele também seria o responsável por fazer as declarações de Adriana Siqueira de Oliveira e Eduardo Silvério, outros membros outros integrantes do esquema que tiveram crescimento patrimonial significativo. Eles ainda se utilizava de nomes de terceiros e empresas de fachadas para fazer movimentações financeiras.
O contador também é suspeito de ter lavado dinheiro para o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, assassinado em dezembro de 2021, e considerado uma das lideranças da facção criminosa.
Durante os cinco anos em que Leite atuou para o criminoso, ele e sua esposa ganharam pelo menos 55 vezes na loteria — o que, à época, levantou suspeitas se não seria uma forma de esquentar o dinheiro ilegal.

