Latrocínio na 112 Sul: o que se sabe sobre adolescente que perdeu a vida por um celular

Assassinato de Isaac Augusto de Brito Vilhena de Moraes chocou moradores

Um crime brutal chocou Brasília na noite de sexta-feira, (17) . O adolescente Isaac Augusto de Brito Vilhena de Moraes, de 16 anos, estudante do Colégio Militar de Brasília, foi morto a facadas durante um assalto na quadra 112 Sul, na Asa Sul.

O caso, classificado como latrocínio (roubo seguido de morte), mobilizou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e gerou forte comoção na capital.

O crime ocorreu por volta das 18h30, quando Isaac jogava vôlei com amigos na quadra de esportes da Superquadra 112 Sul, ainda vestido com o uniforme escolar. Segundo testemunhas, ele foi abordado por seis adolescentes, que o cercaram e tomaram seu celular.

Isaac, em um ato instintivo, correu atrás do grupo para tentar recuperar o aparelho, mas acabou sendo atingido por um golpe de faca no abdômen, caindo gravemente ferido.

Populares que estavam nas proximidades prestaram os primeiros socorros enquanto acionavam o Corpo de Bombeiros e o Samu. Moradores relataram que o atendimento demorou cerca de 30 minutos para chegar, o que gerou revolta e protestos nas redes sociais e na própria comunidade.

O jovem foi socorrido em estado crítico e levado ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), mas não resistiu aos ferimentos e morreu poucas horas depois .

Um morador da região relatou que uma menina, abalada, correu até ele pedindo ajuda segundos após o ataque.
“Ela dizia que um rapaz havia sido ferido e estava sangrando muito. Liguei para o socorro, mas disseram que eu precisava estar ao lado da vítima. Quando cheguei, ele já estava caído no chão, e uma moradora tentava fazer compressão torácica”, contou a testemunha, que criticou a demora no atendimento.

A mãe e o irmão de Isaac chegaram ao local antes mesmo dos socorristas e testemunharam a agonia do adolescente.

A PMDF conseguiu localizar os suspeitos poucas horas após o crime graças ao rastreamento do celular roubado. Cinco adolescentes foram apreendidos inicialmente no Paranoá, região administrativa a cerca de 30 km do local do ataque. Eles haviam fugido de ônibus, segundo o tenente Magalhães, que coordenou a operação.

Durante o interrogatório, os detidos informaram que o autor da facada não estava entre eles e forneceram a localização dos outros dois cúmplices. Por volta das 21h45, o sexto envolvido – apontado como o autor do golpe mortal – foi capturado, também no Paranoá.

Todos os sete adolescentes foram levados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), na Asa Norte, onde permanecem apreendidos. A investigação foi instaurada pela Polícia Civil e supervisionada pelo delegado de plantão, que confirmou o enquadramento no crime de latrocínio.

Isaac era descrito por colegas e professores como um aluno disciplinado, atleta e dedicado aos estudos. Em seu perfil no Instagram, identificava-se como estudante do Colégio Militar de Brasília, onde participava de competições esportivas internas.

A morte gerou grande comoção entre estudantes e moradores da Asa Sul, que organizaram uma vigília silenciosa na manhã de sábado (18) na mesma quadra onde ocorreu o crime.

A Diretoria do Colégio Militar de Brasília emitiu nota lamentando a perda e prestando solidariedade à família.

A Polícia Civil trabalha agora na individualização das condutas dos suspeitos. O autor da facada deve responder por ato infracional análogo a homicídio qualificado e latrocínio, enquanto os demais serão autuados por associação criminosa e roubo.