Milhares saem às ruas nos EUA em protestos ‘No Kings’ contra Donald Trump

Milhares de americanos foram às ruas neste sábado para participar da segunda rodada nacional de protestos da campanha “No Kings”, uma mobilização organizada por mais de 200 grupos progressistas contra as políticas do presidente Donald Trump e o que consideram seu estilo autoritário de governar.

O movimento “No Kings” denuncia que Trump age mais como um monarca do que como um governante democrático eleito, citando ações como a intensificação das detenções de imigrantes pelo ICE, cortes drásticos no financiamento federal para educação e meio ambiente, e medidas que ameaçam direitos constitucionais.

Segundo os organizadores, mais de 2.500 eventos ocorreram em cidades grandes e pequenas dos 50 estados, com expectativa de participação superior a cinco milhões de pessoas, superando as manifestações realizadas em junho deste ano.

Líderes políticos democratas apoiaram as manifestações.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, chamou os protestos de “rallies de amor à América” e destacou no Senado que “não temos ditadores nos Estados Unidos e não podemos permitir que o presidente transforme a presidência em uma espécie de ditadura”.

Schumer esteve presente em Washington, D.C., para apoiar o movimento, frisando a importância da não violência e da unidade cívica.

Do lado do governo, o presidente Trump afirmou em entrevista à Fox Business na sexta-feira que “não é um rei” e minimizou as críticas, sustentando que tem o direito de cortar programas federais durante a paralisação do governo, apesar da Constituição reservar esses poderes ao Congresso.

O presidente e aliados republicanos, incluindo o presidente da Câmara, Mike Johnson, qualificaram os protestos como “rallies anti-América” e os associaram a grupos extremistas, alegações rejeitadas pelos organizadores.

Milhares de manifestantes ocupam a Times Square durante o protesto “No Kings”, neste sábado, 18 de outubro de 2025, em Nova York. — Foto: Olga Fedorova / AP

A resposta federal foi marcada pelo envio de tropas da Guarda Nacional para várias cidades governadas por democratas, uma medida contestada por líderes locais. A campanha “No Kings” buscou garantir que as manifestações fossem pacíficas, com treinamentos virtuais e ampla coordenação entre grupos envolvidos, incluindo a ACLU, American Federation of Teachers, Indivisible, entre outros.

Manifestantes se reúnem próximo ao Capitólio dos Estados Unidos durante o protesto “No Kings” contra as políticas do presidente Donald Trump, em Washington, D.C., em 18 de outubro de 2025. — Foto: REUTERS/Leah Millis

A polarização intensa que tomou conta do país neste momento delicado, com tensões sobre direitos civis, democracia e o papel do poder executivo, enquanto americanos buscam expressar seu descontentamento nas ruas em meio a um cenário político cada vez mais conflituoso.

Esta mobilização nacional reflete um dos maiores movimentos populares da história recente dos EUA, gestando uma disputa aberta sobre o futuro do país e a definição do que significa governança democrática na era Trump.


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