Refrigerante envenenado deixa vereador e mais 10 intoxicados em confraternização

Vereador do município precisou ser transferido para outra cidade em razão do quadro clínico

Na tarde de 21 de outubro de 2025, uma confraternização entre servidores do Pronto-Socorro Central de Santa Cecília, no Oeste de Santa Catarina, terminou em um grave episódio de envenenamento coletivo.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde e a Polícia Civil, 11 funcionários — entre eles o vereador Bráulio Batista Ramos (MDB) — passaram mal após consumirem refrigerante supostamente adulterado, levado por uma mulher identificada como tia de um servidor da unidade.

O caso mobilizou unidades de saúde e forças policiais locais e regionais.

Por volta das 15h, os servidores participavam do café da tarde quando a mulher — cujo nome não foi oficialmente divulgado pelas autoridades — entrou com uma garrafa plástica de refrigerante de dois litros. Cerca de uma hora após o consumo, todos começaram a apresentar sintomas como vômitos, tontura, sonolência, perda de memória, inchaço abdominal e dificuldade para falar.

Entre os intoxicados estavam médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, uma recepcionista e funcionários da limpeza.

O vereador Bráulio Batista Ramos, que também trabalha como técnico de enfermagem no local, apresentou quadro clínico mais grave e precisou ser transferido para outro município para acompanhamento especializado.

Oito servidores foram internados de imediato, enquanto outros três receberam atendimento ambulatorial devido à gravidade dos sintomas. Dois funcionários tentaram retornar ao trabalho em 23 de outubro, mas voltaram a apresentar sintomas e foram novamente internados.

Todos já receberam alta até o dia 25 de outubro, segundo o secretário municipal de Saúde, Eliezer Rodrigues, porém permanecem em observação médica.

Investigações e suspeitos

As investigações, conduzidas pela Divisão de Investigação Criminal de Curitibanos, levaram à prisão temporária da mulher que levou o refrigerante e de seu sobrinho, servidor da unidade de saúde.

O homem, afastado desde o início de outubro por denúncias de importunação sexual, também não teve nome divulgado pelas autoridades — o boletim de ocorrência referente ao caso de assédio foi registrado em 8 de outubro.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos suspeitos, e todo o alimento consumido pelas vítimas foi encaminhado à Polícia Científica.

O laudo definitivo sobre a substância utilizada ainda é aguardado.

A Vigilância Sanitária interditou provisoriamente a cozinha do Pronto-Socorro, que foi desinfetada e liberada para reabertura no dia seguinte. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que todos os serviços da unidade estão restabelecidos.

O caso causou comoção na cidade, que tem cerca de 17 mil habitantes, e levantou debate sobre segurança em ambientes institucionais e conflitos interpessoais no trabalho.

Até o momento, a Polícia Civil de Santa Cecília não divulgou a motivação exata do crime e mantém parte do inquérito sob sigilo. Testemunhas continuam sendo ouvidas, e o resultado da perícia é considerado essencial para esclarecer se houve tentativa de homicídio e a composição química do agente tóxico presente no refrigerante.


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