Mesmo com protestos contra megaoperação contra Comando Vermelho é aprovada pela maioria e 67% querem novas operações

Na sexta-feira, (31), ocorreram manifestações no Rio de Janeiro contra a megaoperação policial realizada durante a semana nas favelas da região, especialmente nos complexos da Penha e Alemão, que resultou em 121 mortos e 117 presos, com toneladas de drogas e mais de 100 armas de fogo pesadas, a maioria fuzis, apreendidas, segundo a polícia. Quatro policiais também morreram na ação — dois policiais militares e dois policiais civis.

As manifestações tiveram baixa adesão e refletem a revolta amigos e familiares dos integrantes do narcotráfico do Comando Vermelho e ativistas que contestam a forma como a operação foi conduzida e seus desdobramentos.

Manifestações contra a megaoperação

As principais manifestações aconteceram na Vila Cruzeiro, uma das comunidades atingidas, onde algumas dezenas de pessoas, incluindo mães de mortos anteriormente, participaram de protestos.

Entre os nomes destacados estão Liliane Santos Rodrigues, moradora do Complexo do Alemão, que perdeu o filho Gabriel há seis meses, e Anne Caroline dos Santos, de Rocinha, que acompanhou o protesto carregando uma faixa com palavras de revolta contra as ações policiais e o governador Cláudio Castro, a quem acusam de responsabilidade pelas mortes no confronto entre o exércitodo Comando Vermelho e as forças policiais.

No sábado também circularam nas redes sociais milhares de vídeos de apoio aos agentes da lei contra os criminosos. Um dos vídeos mostra integrantes do grupo, armados de fuzis e camuflados para guerra contra a PM. Assista;

As mulheres que perderam seus filhos participaram de caminhadas até a Avenida Brasil, carregando mensagens de luto e pedido de justiça. Os moradores também criticaram publicly as táticas da polícia, alegando tortura, execuções sumárias e excesso de força. Anne Caroline afirmou que as forças policiais agiram de forma “covarde” e “assassina”, e reforçou que muitos participantes voltaram a denunciar a violência e a repressão nas operações atuais.

Outros grupos também protestaram na mesma manhã, como motociclistas, líderes comunitários e organizações de Direitos Humanos, todos reunidos para condenar o que consideram uma ação desproporcional e violenta, que causou uma tragédia em vários aspectos.

Em São Paulo, manifestantes se reuniram em frente ao Masp, na Avenida Paulista (SP), na noite desta sexta-feira (31),

Resultados da pesquisa de opinião

Segundo levantamento divulgado pelo Datafolha neste sábado (1º), a gestão do governador Cláudio Castro teve seu maior índice de aprovação desde 2022, impulsionada, de acordo com os resultados, pela repercussão positiva da megaoperação.

A aprovação geral chegou a 40%, com uma rejeição de 34%, que também foi a mais alta desde o início da série. No entanto, a avaliação específica da atuação na segurança pública foi de 37% de aprovação, enquanto 57% dos entrevistados consideraram a operação um sucesso, mesmo diante das controvérsias.

A pesquisa aponta que a maioria da população, especialmente nas regiões metropolitanas, apoia as ações policiais e acredita, em sua maioria, que elas ajudam a reduzir a criminalidade. Ainda assim, existiram críticas quanto aos métodos utilizados, com cerca de 29% considerando que houve exageros nas ações policiais.

Percentuais principais:

  • Aprovação geral do governo de Castro: 40%
  • Rejeição (ruim ou péssimo): 34%
  • Afirmam que a operação foi um sucesso: 57%
  • Apoio às novas operações: 67,9%
  • Opiniões de exagero policial: 29,4%

Este cenário evidencia uma polarização, com boa parte da população apoiando as ações de segurança, enquanto uma parcela significativa expressa preocupação e protesto contra os métodos usados e os resultados trágicos das operações.



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