Moraes diz que STF é dele, ao repreender advogado: ‘Não vou permitir circo no meu tribunal’

Durante interrogatório de uma testemunha, o advogado irritou Moraes, que advertiu o defensor pelo comportamento

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu nesta segunda-feira (19) um dos advogados de defesa durante o julgamento que investiga o suposto planejamento para uma tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.

Durante o interrogatório de uma das testemunhas, o advogado fazia perguntas e reformulava a questão para atingir algum ponto. A atitude irritou Moraes, que advertiu o defensor pelo comportamento.

O advogado do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, Novacki fazia perguntas à testemunha da acusação, general Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

Novacki questionava Freire Gomes sobre a chamada minuta do golpe, encontrada na casa de Anderson Torres. “O senhor tinha o conhecimento que essa essa mesma minuta encontrada na residência do Anderson Torres, ela vinha sendo distribuída para diversas autoridades e que inclusive estava circulando na internet?”, questionou.

Freire Gomes respondeu: “Não, senhor. Eu vim saber depois agora já no processo”. Novacki continuou: “Então, é possível, senhor general, que o senhor tenha visto essa minuta em outro lugar, foi apresentado ao senhor informando que estava na casa do Anderson Torres. É possível que o senhor tenha se confundido e dito que era aquela minuta apresentada nas reuniões de mandado?”, questionou.

Freire Gomes disse que não, novamente. Após outras indagações acerca de reuniões realizadas em 7 de dezembro de 2022 e 14 de dezembro de 2022, também tratando da minuta de golpe, Moraes fez uma intervenção:

“O senhor já perguntou 4 vezes a mesma coisa. A testemunha já disse que não pode afirmar com certeza se era o mesmo documento, mas que os pontos importantes eram semelhantes. Se o senhor puder continuar, por favor”, disse Moraes.

O advogado, no entanto, alegou que estava sendo tratado de maneira desigual em relação à acusação e que apenas queria ter os mesmos direitos para esclarecer quando teria sido a reunião com Anderson Torres e qual seria o papel de assessoramento do então ministro da Justiça a Bolsonaro.

“Só queria ter o mesmo tratamento da acusação. Sou simples advogado, distante do PGR…”, disse o defensor.

Ao ouvir a justificativa, Moraes elevou o tom e reforçou que não permitirá desrespeito ou tumulto durante as oitivas.

“Nós não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que vossa senhoria faça circo no meu tribunal. Vossa senhoria já foi desrespeitoso quando disse que não haveria necessidade da advertência do falso testemunho. Isso é previsão legal, vale para civis e militares. Se vossa senhoria ler o Código de Processo Penal, vossa senhoria saberia disso. Vamos continuar com tranquilidade. Vossa senhoria faz as perguntas, mas não adianta ficar repetindo 6 vezes a mesma pergunta para tentar que a testemunha mude”, afirmou o ministro.

O inquérito apura uma suposta trama para uma suposta tentativa de golpe de Estado que buscaria manter Bolsonaro no poder após declaração do Tribunal Superior Eleitoral dando vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.


Um comentário

  1. O golpe ocorreu sim, quando o STF descondenou o ladrão para alçá-lo à presidência da República. O presidente do STE o ministro, proibia tudo de Bolsonaro e liberava todas as falas e acusações do ladrão. Perseguiu Bolsonaro durante os quatro anos de mandato, no entanto agora, com tantos escândalos de corrupção inclusive o do INSS, o STF não faz nada.

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