Vara da Lava Jato é alvo de buscas por ordem de Toffoli do STF, que mira Moro

Ação foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Vara ficou conhecida por conduzir processos da Lava Jato

A 13ª Vara Federal de Curitiba é alvo de uma operação realizada na manhã desta quarta-feira (3). A ação no Paraná foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os mandados são cumpridos pela Polícia Federal (PF), que realiza buscas e recolhimentos de documentos relacionados a investigações ordenadas pela 13ª Vara, conhecida por ser responsável pelos processos da Lava Jato.

Segundo os relatos divulgados até agora, a PF está recolhendo documentos físicos e eletrônicos ligados a investigações anteriores à Lava Jato, em especial peças relacionadas às acusações do ex‑deputado Tony Garcia contra o ex‑juiz e atual senador Sergio Moro.

A motivação imediata é o suposto descumprimento de ordens anteriores do STF para envio integral desse acervo, o que levou Toffoli a autorizar o exame in loco de processos, mídias e computadores na unidade judicial.

A 13ª Vara Federal de Curitiba foi o epicentro da Lava Jato e já vinha sendo alvo de correições e questionamentos sobre parcialidade e irregularidades processuais, especialmente após as decisões do próprio STF que anularam condenações de Lula e a apontaram suspeição de Moro.

Agentes da PF passaram a manhã na sede da Justiça Federal em Curitiba, com ordem para examinar in loco processos físicos e eletrônicos, copiar ou apreender documentos e acessar terminais de computador da Vara.

O foco são dossiês, mídias e registros ligados às denúncias de Garcia e a outros oito investigados citados no inquérito, além de eventuais peças de investigações pré-Lava Jato que nunca teriam sido integralmente compartilhadas com o Supremo.

Relação com Tony Garcia e Moro

Tony Garcia, ex-deputado e delator no escândalo do Banestado, afirma que, em 2004, foi coagido por Moro a atuar como “agente infiltrado”, gravando ilegalmente autoridades em troca de benefícios na delação.

Garcia sustenta que parte das provas desse suposto arranjo — gravações, termos de colaboração e despachos — estaria justamente arquivada na 13ª Vara, o que motivou a solicitação de diligências produzidas agora na forma de busca e apreensão.

Moro nega irregularidades, chama o relato de “fantasioso” e diz não ter preocupação com o acesso do STF aos processos que conduziu, alegando que a investigação não examina atos dele como senador, mas fatos de quase 20 anos atrás, quando atuava como juiz.


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