Rússia volta bombardear capital da Ucrânia, Kiev

Mísseis deixaram ao menos 10 mortos e 60 feridos

Depois de mais de três meses sem ataques, Kiev voltou a ser fortemente bombardeada pela Rússia nesta segunda-feira (10). Em uma das piores investidas contra a capital ucraniana desde o início da guerra no país, dez civis morreram e 60 ficaram feridos. Moscou atacou ainda outras cidades grandes do país, indicando uma nova fase de escalada da guerra que já dura sete meses e meio.

O presidente russo, Vladimir Putin, falou que os mísseis lançados nesta segunda-feira fazem parte de uma “forte resposta” que suas tropas farão ao bombardeio, no sábado (8), de uma ponte na Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014. Putin acusou a Ucrânia pela autoria da explosão e ameaçou mais investidas.

Já o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou e acusou a Rússia de querer causar pânico e caos em seu país.

No centro de Kiev, ruas foram atingidas pelos mísseis, carros pegaram fogo, civis foram mortos e havia muita fumaça. Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, a Rússia disparou ao menos 83 mísseis contra Kiev, Lviv e Zaporizhzhia. Kiev diz ter interceptado e abatido 40 deles.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse no Telegram que as explosões ocorreram no “coração da cidade” e que os alvos eram sua infraestrutura. Ele pediu aos moradores para ficarem em abrigos e evitarem a região central da capital.

Segundo o governo, os ucranianos já estavam se preparando para a possibilidade de retaliação de Vladimir Putin, após uma explosão destruir a ponte que ligava a Rússia à Crimeia, no sábado (8), cortando rota importante de suprimentos dos russos. Sirenes alertaram para ataques aéreos em todo o país.

Centro empresarial em Kiev, na Ucrânia, é destruído por ataque russo no dia 10 de outubro de 2022 — Foto: Vladyslav Musiienko/Reuters
Centro empresarial em Kiev, na Ucrânia, é destruído por ataque russo no dia 10 de outubro de 2022 — Foto: Vladyslav Musiienko/Reuters

Civis lotaram a estação de metrô Vystavkovyi Tsentr, no centro de Kiev. Um forte cheiro de gás se espalhou.

Esse é o primeiro ataque a capital ucraniana após meses de confrontos.

Kiev sofreu intensos bombardeios ​​no início da guerra, mas viveu relativa calmaria por meses, até os ataques desta segunda-feira. A Rússia abandonou um avanço em Kiev por causa da forte resistência ucraniana, impulsionada pelo recebimento armas ocidentais.

Desde então, Moscou e seus representantes se concentraram no sul do país e na região do Donbass, um território oriental composto por Luhansk e Donetsk.

A agência de notícias ucraniana Uniam também informou que vários mísseis atingiram Dnipro, um importante centro industrial na região da capital do país, e as cidades de Zhytomyr, Ternopil e Khmelnytskyi.

No domingo (9), um ataque com mísseis russos na cidade de Zaporizhzhia atingiu um prédio de apartamentos e várias casas particulares, matando pelo menos 13 pessoas e ferindo 60, disseram autoridades ucranianas.

A única ponte que liga a Rússia à península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, foi atingida por explosões neste sábado. A “Ponte da Crimeia” foi inaugurada em 2018 por ordem do presidente Vladimir Putin e, atualmente, é estratégica para os russos nos conflitos contra a Ucrânia.

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