O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, atualmente ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal, afirmou nesta quinta-feira (12) em rede social que um documento encontrado pela Polícia Federal em sua casa “foi vazado fora de contexto”.
Segundo o jornal ‘Folha de S.Paulo’, a Polícia Federal encontrou na casa de Anderson Torres uma minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições de 2022.
O Estado de Defesa tem o objetivo de “preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”.
Torres disse que:
“No cargo de Ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil.
Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado.
Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim.”
A PF esteve na casa de Anderson Torres na terça-feira (10) para cumprir o mandado de prisão contra ele, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por conta dos atos de vandalismo do domingo, dia 8, mas o ex-secretário de Segurança Pública estava nos Estados Unidos.
Os agentes deixaram o local com malotes recolhidos na casa. A minuta do decreto estava entre o material apreendido.
Torres era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia em que vândalos atacaram os prédios dos Três Poderes.
Até o fim do ano passado, Anderson Torres ocupava o cargo de ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. No dia 2 de janeiro, foi nomeado secretário de Segurança pelo então governador Ibaneis Rocha do DF, e afastado do cargo seis dias depois, sob suspeita de ter sido conivente com os atos golpistas.